quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Teatro Capitães da Areia (Gabriela Godoy, Gabriela Doná, Giovanna Mendes, José Antonio, Leonardo e Beatriz 8ºano A )
Durante a madrugada, Pedro coloca a mão na testa de Dora. Está gelada, e ela não tem pulso, seu coração parou de bater. Ele da um grito que acorda todos no trapriche. João Grande olha para ele e diz:
- Tu não devia ter feito...
- Foi ela quem quis- Diz e sai para não soluçar. Professor chega, e fica olhando. Ele não tem coragem de tocar em seu corpo mais sente que para ele sua vida no trapiche acabou, não lhe restou mais nada para faser ali. Pirulito e Padre José Pedro entram lá. O padre pegou no pulso de Dora, colocou a mão em sua testa:
- Ela está morta.
Ele inicia uma oração. Quase todos os meninos estão rezando em volta dela.
- Paddre nosso que estais no céu...
Bala lembra-se de suas rezas durante a noite no reformatorio. Encolhe os ombros, tampa os ouvidos. Se volta e vê o corpo de Dora. Prulito, começa a soluçar.
A mãe-de-Deus. Bala não toma parte da conversa.
Aninha diz:
- Foi como uma sombra na vida. Vai vira santa na outra. O Zumbi é um santo dos candonblés de cabloco, Rosa Palmeirão também. Homens e mulheres valentes viram santo dos negros.
- Foi como uma sombra... - repetiu João Grande.
Ela foi como uma sombra para todos, um acontecimento inexplicavel. Ao menos para Pedro Bala, que a teve. Ou para Professor que a amou.
Padre José Pedro fala:
- Vai pro céu, porque não tinha pecado. Não sabia o que era pecar.
Pirulito está rezando. O Querido-de-Deus sabia o que esperavam dele. Que levasse o corpo de Dora em seu saveiro e jogasse no mar.
Adiante do velho forte. Como poderia sair um enterro do trapiche? Era difícil explicar tudo ao Padre. Sem Pernas fala em uma voz apressada. Padre José Pedro de começo se assusta. Um pecado era difícil pensar em um pecado. Mais decide não denunciar onde moram os meninos. Bala não diz nada.
A volta deles tem a paz da noite. Nos olhos de Dora os olhos de mãe irmã, noiva e esposa, têm paz. Alguns dos meninos ainda estão chorando. Volta Seca e João Grande levaram o cadáver. Mais diante dele está Pedro Bala sem se mexer. Volta Seca não estende suas mãos. João Grande está chorando feito uma mulher. Don’aninha pega no braço de Bala, e o tira de lá. enrrola o cadáver de Dora em um pano branco de rendas.
- Ela vai vir com Iemanjá - fala- Vai virar santa... Eles não conseguem levar o cadáver porque Bala está grudado nele e não quer soltar, o Professor chama ele e fala:
- Deixe-a. Eu também gostava dela. Mais agora...
Levem-a embora para a paz da noite, para o misterioso mar. Padre José Pedro está rezando, está estranha procissão que está se dirigindo para o saveiro. Da areia Bala avista o saveiro que está se afastando. Ele morde as mãos e entende os braços.
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